sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Nashville Scene entrevista Hayley Williams


 O site Nashville Scene fez uma entrevista via telefone com Hayley Williams, nossa querida vocalista! Eles falaram sobre os mais diversos assuntos, dando ênfase na importância dos fãs para o Paramore, sobre a fidelidade que eles tem com a banda, as experiências pelas quais já passaram até hoje, e as bandas que mais os influenciaram ou dão orgulho. Hayley citou inclusive a banda na qual Zac Farro é baterista, atualmente.

Hoje à noite o Paramore – primeira banda de rock de Nashville a ganhar platina desde a era Reagan, consequentemente terminando com a infame “Maldição de Nashville” – faz seu primeiro show num momento de grande destaque, sendo a primeira vez que eles encabeçam um show na Bridgestone Arena. Engrenando para o concerto, a vocalista Hayley Williams falou ao The Cream, no telefone, semana passada, a respeito de como Nashville mudou, o quão nervosa ela está para tocar na Bridgestone Arena, da mesma forma que esteve para tocar no Madison Square Garden, de que ela não tem planos de carreira solo, e como balancear a grandeza das arenas com a intimidade junto aos fãs e mais. Confira!
Nashville Scene – The Cream: Vocês tocaram no Madison Square Garden semana passada – e parabéns por isso, a propósito.
Hayley: Obrigada!
NS: Como voltar pra casa, em Nashville, para tocar na Bridgestone Arena como atração principal pode se comparar a tocar no Madison Square Garden como um marco pessoal e para a banda?
H: Bem, eu acho que, honestamente, para mim isso soou bem familiar, pois eu me senti tão nervosa pelo fato de termos de tocar na Bridgestone quanto eu estive no Madison Square Garden. Há muita pressão na sua cidade natal – você sabe que seus amigos e família estarão lá, e é um lugar enorme, mas este vai ser um dos últimos dois shows da turnê, então eu acho que se algum show têm de ser bom, deve ser este, pois praticamos muito.
NS: Sendo um show na cidade natal de vocês, há algo especial planejado? Enfim, seja trazendo algum convidado especial ou algo do tipo, simplesmente para dar um olá a Nashville?
H: Não tenho cem por cento de certeza ainda. Conversamos sobre isso mas muito depende de quem estiver na cidade. Sinto como se fôssemos aquela banda que nunca está na cidade quando meus amigos estão. É tão difícil cruzarmos com nossos amigos que estão na estrada… Conversamos a respeito, portanto agora é só uma questão de logística.
NS: Bem famoso, o Paramore foi a banda que quebrou a “Maldição de Nashville”, quando ‘Riot!’ conquistou disco de platina, e isso foi há seis anos atrás. Você poderia ter imaginado que a banda tocasse na Bridgestone na época, talvez. Por quê isso levou seis anos pra acontecer?
H: Francamente, eu não sei, mas sinto que em nossa banda, tudo foi construído de forma lenta, desde o primeiro dia. Honestamente, sou muito grata por isso porque, obviamente, com ‘Riot!’ e todo o sucesso que ele nos trouxe, foi forte o suficiente para a transição em sabe, ser esse tipo de banda. Foi uma construção devagar por todos estes anos e eu sinto que isso foi certo pra nós. Sabe, o caminho que tomamos e essa nossa quase jornada, eu diria, tem sido o certo para nós, e não tenho certeza se seria o certo para mais alguém. Mas agora parece que estamos prontos. Não acredito que estaríamos prontos – nem mesmo como artistas. Não acho que faríamos um show que merecesse o Madison Square Garden ou a Arena Bridgestone em nosso itinerário. Agora, estamos ficando melhores e as pessoas estão começando a perceber isso, mas antes não éramos a banda certa, sabe?
NS: Da sua perspectiva, o quão diferente o cenário musical de Nashville esteve, desde que o Paramore começou, até o que é agora?
H: Bem, cara, está muito diferente. Digo, eu sempre gostei de shows e sempre achei que vi bandas ótimas, mas a movimentação está muito maior – para mim – Nashville está muito mais viva. Nossa cena musical é muito mais diversa, e eu realmente gosto disso. Não que tenhamos muito tempo para estarmos em casa e irmos a tantos shows quanto éramos acostumados, mas é legal ver Nashville nas manchetes mais frequentemente, por bandas diferentes que estão vindo de fora da cidade e ouvindo histórias de amigos que estão indo a certos shows, e eu acho isso bacana.
Acho que é muito legal que haja uma boa cena punk rock e rock ‘n’ roll. Há muitos shows de garagem e também algumas bandas eletrônicas legais em nossa cidade, o que é maravilhoso. Taylor [York] estava dizendo esses dias, e ele estava certo, há um parte de nós que está tipo “Ah, cara!”, é quase como um segredo descoberto. Mas acho que Nashville e todos os jovens que estão nessa cena hoje, merecem isso. É uma cidade muito boa para se voltar pra casa. Não sei se eu poderia amar alguma outra cidade da mesma maneira que amo Nashville.
NS: Há alguma banda que você tem ouvido que seja da sua cidade?
H: Sempre estivemos com a banda Paper Route em turnê, eles são ótimos. De verdade mesmo. Sabe, honestamente, poderíamos tirar um nome qualquer de um chapéu – há tantas bandas agora e acho várias delas boas. Half Noise é incrível, e é a banda onde nosso antigo baterista, Zac Farro, está agora. Há muita coisa surgindo dali. Até mesmo o que Joy Williams está fazendo na The Civil Wars – aquele álbum é brilhante, e o fato de que isso está vindo de nossa cidade é muito legal.
NS: Com a saída dos irmãos Farro de forma pública, e também devido a suas parcerias com B.o.B. e Zedd, sempre há perguntas sobre uma possível carreira solo. Essa especulação constante te incomoda?
Bem, sim. As pessoas especulam sobre tudo a meu respeito, e sobre a banda, que não são coisas da vida real. Vida real pra mim é acordar em um ônibus de turnê com meus amigos todos os dias e fazer shows à noite. É isso o que é, pra mim. Não há algum esquema que eu tenha em mente de algo como “Quando vou sair da banda e seguir carreira solo?” [risos] Não quero estar só. É assim que isso soa para mim – ser uma artista solo, viajar da forma com a qual viajamos, porém sozinha? Soa como algo miserável. Então deixa que eles especulem. Você não pode provar a ninguém o que você é, você apenas têm de o ser e continuar sendo, porque é a única forma com a qual as pessoas vão te enxergar.
NS: Você sente como se a percepção do Paramore como  sendo uma banda é algo que você tem de proteger?
H: Sim, o que eu sinto é como se, especialmente nesse álbum, desde que ele saiu – quero dizer, há pessoas que falam coisas sobre mim, como estávamos falando antes, ou algo do tipo. Mas sinto que nossos fãs, mais que nunca, sabem que isso sempre foi da maneira que é hoje em dia. Mesmo que isso pareça diferente, mesmo que as músicas soem diferentes, sempre foi o mesmo coração batendo por trás disso tudo, além do fato de termos uma paixão compartilhada que é o que faz isso acontecer, e isso é Paramore. Então, para mim, a percepção – eu não sei, sabe, o que quer que seja a percepção, eu sei que quando as pessoas vêm até nossos shows e os fãs estão lá, eles estão assistindo-nos fazermos o que amamos, é o Paramore. Não é nem mesmo apenas uma banda – essa é nossa vida. Esta é nossa paixão e nosso passado, presente, e futuro. É o que somos.
NS: O Paramore sempre foi uma banda orientada pelos fãs, que sempre reforçou a conexão com eles. Tendo tido esse crescimento por irem tocar em arenas, isso acabou se tornando um desafio para manter? Arenas são inerentemente exageradas e há distanciamento. Como você tenta manter a experiência como algo íntimo, preservando a conexão pessoal ao mesmo tempo em que faz um show grande o bastante para preencher o local?
H: Sinto como se não pudéssemos praticar o suficiente para fazermos um show perfeito, e o show perfeito, para mim, é aquele que preenche o local e ao mesmo tempo faz com que ele pareça o maior lugar no qual você já tocou, e também o menor. Para mim, não há forma de praticar isso. É uma conexão e ela pode ou não acontecer em cada show. Na minha opinião, nessa turnê, e com os fãs que estiveram conosco, além dos fãs que nós conquistamos esse ano, a conexão esteve lá o tempo todo, e estou muito agradecida por isso, porque não é qualquer coisa que podemos fazer. Veja, nós podemos fazer o melhor show de todos, mas se você não está preocupado em se conectar com as pessoas – cada um delas tem sua própria história e está vivendo sua própria vida, então quando eles saem pela porta no final da noite, eles estão voltando à realidade – se não conseguimos nos conectar com eles durante esse tempo, eles saem e nós falhamos. Não importa se tivermos o maior show de luzes, ou lasers, ou se estou voando pelo palco. Essas coisas vêm e vão. Podemos estar fazendo shows em arenas hoje e amanhã podemos voltar ao The End, mas se não conseguimos nos conectar com as pessoas, não estamos fazendo um bom trabalho, e é esse trabalho bem feito que faz de nossos shows algo tão especial. Esta é nossa prioridade número um, todas as noites.
NS: Visto que o Paramore tem muitos fãs jovens, tem sido parte do desafio – ao longo dos últimos 7 a 10 anos – manter esses fãs crescendo juntamente com vocês e não fora da banda, separadamente?
H: Sim, acho que muito disso tem a ver com minha última resposta – é a conexão com as pessoas. Se você não está no mesmo nível que eles, de alguma forma ou em algum ponto, eles acabam crescendo longe de você porque acabam por se conectar com outras coisas, coisas essas, que se mostram melhores pra eles, sabe?
Nos últimos dois shows – e honestamente, em cada show dessa turnê, mas nos dois últimos em particular, especialmente em Toronto – bem na frente, havia quatro meninas que eu conheço desde meus 16 anos, e nós as conhecemos no Buffalo Icon em 2005, abrindo para a banda Story Of The Year, então elas estavam naquele show e nós as conhecemos por lá, aí voltamos para a cabine de merchandising e conversamos com elas por bastante tempo, enquanto vendíamos nossas camisetas e outras coisas. E elas participaram de todos os shows que fizemos em Buffalo, em Toronto ou Nova Iorque – em qualquer lugar que elas pudessem – desde 2005, e isso acontece todas as noites. Eu literalmente vejo pessoas na platéia com as quais eu cresci – todas as noites dessa turnê, mesmo no exterior. Há pessoas do Reino Unido que participam de nossos shows desde a primeira vez que estivemos lá, e eu tinha 17 anos na época, o que para mim, é incrível. Esta é a melhor parte de fazer turnês e a respeito dos fãs também – crescer com estas pessoas.
Há uma ideia de que temos muitos fãs jovens, e nós de fato temos, mas eles estão misturados àquelas pessoas todas que nos têm seguido nestes últimos oito anos, e que cresceram conosco, além das pessoas mais velhas que estão descobrindo nossa banda. Não creio que tenhamos um único tipo de fã hoje em dia. Houve um tempo em que um típico fã de Paramore tinha, sabe, extensões e um falso cabelo de cor neon, e vestia calças coladas, mas quase não há mais pessoas assim. Há pessoas que se vestem de maneiras muito diferentes umas das outras, que fazem coisas diferentes e de idades diferentes, e vejo isso como uma das coisas mais gratificantes quando nós não desistimos pelas dificuldades que houveram, sabe? Seguimos em frente, lançamos esse álbum em 2013, e ainda podemos observar essas pessoas tão distintas e os tê-los em nossas vidas.
NS: Falar com os fãs e buscar os conhecer faz com que a performance melhore, – bem como se conectar com eles – tendo em vista o que eles gostam e quem eles são pessoalmente? 
H: Olha, sim, de algumas formas, mas agora não é como agora em 2013 , pois já não podemos mais sair depois de cada show e vender nossos produtos oficiais. Não é algo realístico, mas há outras formas de estar conectado. Seja via Twitter, ou quando estou postando no blog, respondendo à perguntas, há um milhão de oportunidades – até mesmo nos meet&greets – para mostrarmos as pessoas que elas são importantes pra você e que eles não são apenas um número ou um ingresso, um cifrão. Sabe, não é o que essas pessoas são.
NS: Quando você iniciou no Paramore, qual era sua banda local favorita, em Nashville?
H: Ah, Deus… Bem, quando nós começamos… Agora não consigo me lembrar se eles são mesmo de Nashville, mas quando nós começamos, eu realmente amava a banda Celebrity. Amava. Ah, o irmão mais velho de Taylor – que está conosco em turnê, tocando guitarra – ele estava em uma banda chama Cecil, e nós realmente amávamos, amávamos, amávamos a Cecil.
Há também um monte de outras bandas que meio que surgiram quando estávamos crescendo e ficando populares, como a Love Is Red. Não acho que eles sejam de Nashville, Nashville mesmo, sabe, mas eles sempre estiveram lá e é somente isso que consigo me lembrar agora! Foi uma ótima pergunta, mas eu diria – especialmente para Taylor – que ver o irmão mais velho tocar, foi como uma grande inspiração para ele mesmo.

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